Eu fui criança até o último momento que eu pude, eu fui a adolescente mais tardia que alguém possa imaginar, e hoje, adulta já, ainda escuto que eu sou uma criançona, eu nunca quis crescer, eu gostava daquele mundo onde havia mais faz-de-conta que realidade, daquele mundo que a dor era passageira, pois era resultado de chineladas ou de um bom tombo.
Eu cresci, não por vontade, mas por ser natural e acabei conhecendo amores e dores, descobri o significado de decepção, o que era realmente sentir saudade.O crescer tem essa paticularidade: intensificar alguns sentimentos , dar significados a outros e nos trazer novas sensações. Aprendi a conviver com paradoxos, saber quem nem sempre seria amada , que de vez em quando seria rejeitada ( pois é, o contrário de amor não é ódio,é indiferença!). Aprendi que doces lembranças, em certos momentos, podem ser muito amargas, mas em outros são doces e pronto.
Descobri que mulhres adultas vivem de dieta, que homens sao sempre uns bobões, nunca enxergam nada como deveriam enxergar e que mesmo assim, nós continuamos loucas por eles.
Continuo fazendo descobertas por essa aventura que chamam vida. Eu sou uma mulher em desconcerto com o mundo, não me encaixo em padrões, sou clara, e muitas vezes essa clareza é confundida com falta de postura e indiscrição, mas quem tem o verdadeiro prazer de me conhecer de verdade, sabe que não é bem assim.
Eu insisto em muitas coisas, como amar ao próximo, manter meu bom caráter, ajudar quem precisa, cuidar dos animais, honrar pai e mãe, tomar banho todo dia e escovar os dentes , encontrar meu grande amor. Mas confesso que desiti de outras, pois descobri que esse seria meu maior fracasso: tentar agradar a todos. ceta vez vi uma frase que dizia: " Eu nunca serei tão perfeita a ponto de ser compreendida por todos!"- eis uma grande verdade.
O meu único objetivo, caso alguém me pergunte, é ser feliz, da maneira que eu quiser, com quem quiser me acompanhar e sem receita!
Tenho a impressão que meu destino é este: nunca me sentir completa, estar sempre em busca de mais, do novo, do imprevisível, do desafio!
Afinal é como disse o Pessoa " Navegar é preciso, viver não é preciso!"
Sigo vivendo assim: sem bússola!
